No passado domingo, Lourenço Katzenstein apanhou uma das maiores ondas já surfadas na Praia de Itacoatiara, em Niterói, no Rio de Janeiro, Brasil.
A épica jornada de surf resultou de um convite que já havia sido feito em 2016 pelo surfista local, Gabriel Sampaio, depois de se terem conhecido durante a primeira sessão de surf na remada que ambos fizeram na Praia do Norte, na Nazaré.
O surfista português recebeu o alerta de Gabriel que iria entrar um swell gigante com ondas perfeitas.
No melhor espírito de 'go-for-it', Lourenço, que já estava no Brasil, marcou viagem e voou para o Rio de Janeiro.
“A sessão de surf foi incrível”, começou por dizer o big rider nacional. “O nosso foco inicial foi irmos atrás de slabs. Saíamos de casa às 5h00 da manhã e conduzíamos durante quatro horas para chegarmos a um spot sem saber se iria estar a funcionar. Só chegávamos a casa à meia-noite e no outro dia fazíamos tudo igual”, referiu.
Depois de terem surfado várias ondas em slabs, o swell melhorou para o spot de Itacoatiara. No primeiro dia de surf, o mar esteve mexido e com vento onshore, mas ao segundo dia a ondulação endireitou e assistiu-se a condições épicas.
Além de Lourenço e Gabriel, esta sessão contou com os surfistas locais Felipe Vinagre e Marcelo Mureb e também com o tube rider, Pedro Calado.
A maioria destas ondas foram wipeouts, Itacoatiara é uma onda com muita força e que, por diversas vezes, atirou Lourenço para a praia. Gabriel Sampaio esteve em grande destaque ao apanhar o melhor tubo do dia entrando numa caverna para a esquerda que mais parecia Pipeline.
Porém, foi Pedro Calado quem pilotou a moto de água que rebocou Lourenço para a “bomba” do dia.
“A vibe na água foi incrível!”, afirmou o surfista da Ericeira. “Estávamos só nós a surfar altas ondas. Esta viagem foi um sonho com todas as boas ondas que surfei. E, mesmo a acabar, na última onda da sessão, apanhei essa onda brutal. Já estávamos para ir embora quando vimos uma onda a entrar e o Pedro Calado gritou: Bora Lourenço! Bora!. Ele rebocou-me para a onda e foi incrível", explica Lourenço.
"Lembro-me de descer a onda e pensar que queria fazer um tubo. Tentei agarrar o rail durante o bottom-turn, mas houve ali uma zona com muita turbulência e Itacoatiara tem muita força e energia. Não consegui e decidi fazer o bottom-turn normal e seguir a linha da onda sentindo toda aquela energia."
"Saí da onda e o Pedro Calado estava a festejar. Na altura, nem percebi bem qual tinha sido o tamanho da onda... Provavelmente, foi também por isso que a prancha foi levada ao limite e toda aquela velocidade não me permitiu fazer o tubo. Só depois quando vi a foto é que percebi melhor e partilhei essa opinião com Calado. Estas ondas quando aparecem são especiais porque não estamos à espera. Temos de aproveitar o momento. E é para isto que trabalhamos o ano inteiro de forma a estarmos preparados fisicamente e mentalmente para estas sessões que, por vezes, não correm tão bem. A comunidade do surf brasileiro que me recebeu foi incrível. Sentir todo aquele entusiasmo após a sessão é algo que jamais irei esquecer e vermos todos juntos as fotos foi um grande sentimento de alegria e partilha”, concluiu Katz.
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